Data:01/11/2021 Postado por: Redação
Os golpes contra clientes de bancos aumentaram 165% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2020, segundo levantamento da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
De acordo com a Agência Brasil, os crimes que mais cresceram são aqueles chamados de “engenharia social”, quando a vítima é manipulada pelos golpistas e levada a fazer ações, como transferências e depósitos, em benefício dos criminosos.
O aumento de registros de golpes e fraudes acontece em um contexto cada vez mais digital, em que mais da metade das transações bancárias são feitas pelo celular. Segundo a Febraban, os aplicativos para telefone móvel foram usados em 51% das transações em 2020. Em 2016, o percentual foi de 28%.
A pandemia aumentou a importância desses aparelhos, que passaram a ser usados por pessoas que antes não possuíam conta em banco ou apenas frequentavam agências físicas.
Esse público, com pouca intimidade e prática com o sistema bancário online e segurança digital, é o alvo preferencial dos grupos de criminosos, garante a entidade.
Os golpistas tendem a se aproveitar da falta das informação das vítimas para convence-las a fazer depósitos e transferências, o que é mais fácil do que burlar os sistemas de segurança dos aplicativos e sistemas dos bancos.
Golpes mais comuns
O chamado golpe do falso funcionário cresceu 62% no primeiro semestre deste ano. Acontece quando o criminoso liga para a vítima e se faz passar por funcionário de uma instituição com a qual a pessoa tem relação.
O golpista informa a vítima sobre supostos problemas de segurança, como a conta invadida ou clonada, para conseguir dados pessoais e financeiros. Durante a ligação, o criminoso pede que a pessoa digite a senha do cartão. Com essas informações, pode fazer retiradas de contas da vítima.
O golpe do falso motoboy funciona de forma semelhante. O golpista liga para a vítima dizendo ser funcionário do banco e diz que o cartão foi fraudado, pede a senha e instrui a pessoa a cortar o cartão. No entanto, o chip fica preservado.
Um suposto funcionário do banco vai à residência da pessoa alegando que é necessário retirar o cartão para que um novo seja emitido. Com a senha e o chip, os golpistas podem sacar dinheiro e fazer transações em nome da vítima.
Nesse tipo de situação, os golpistas tentam provocar medo na vítima para que ela realize a ação por impulso e siga as instruções dos criminosos. Por isso, a Febraban alerta que em nenhum contato real de bancos serão solicitados senhas, números de cartão ou será pedido para fazer transferências.
Em caso de dúvida, o cliente deve desligar e telefonar por conta própria para os canais de atendimento informados no verso do cartão bancário.
As tentativas de golpe do tipo phishing cresceram 26%. Nessa modalidade de fraude, e-mails ou mensagens são enviados na tentativa de obter dados ou induzir as pessoas a clicar em páginas falsas de bancos.
Por isso, os clientes devem sempre desconfiar de ofertas ou descontos muito acima do esperado, além de verificar com cuidado os endereços de e-mail e das páginas nesse tipo de mensagem que, muitas vezes, tentam simular com troca de letras ou domínios do exterior as páginas oficiais dos bancos.
Há ainda as fraudes com empréstimos e venda de produtos com condições aparentemente muito vantajosas. Os criminosos, então, induzem o senso de urgência nas vítimas para que façam depósitos sob o pretexto de não perderem a oportunidade das ofertas.
Nenhuma modalidade de empréstimo solicita pagamentos antecipados, segundo a Febraban No caso de compras, é importante fazer em páginas seguras e certificadas.
A federação afirma que os bancos investem R$ 2,5 bilhões por ano em segurança digital. Entretanto, em casos em que as vítimas fazem os depósitos ou entregam informações para os criminosos, o entendimento dos bancos é que a fraude não envolveu o sistema, por isso, não há chance de ressarcimento.
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